Nomes africanos: Igbos
Por Rodrigo Trespach, historiador, genealogista, autor de doze livros.
Os procedimentos de nomeação e identificação familiar entre os igbos ou ibos (ou, ainda, Ṇ́dí Ìgbò, na língua nativa) — um dos grandes grupos étnicos da África Ocidental, habitantes especialmente dos modernos Nigéria, Camarões e Guiné Equatorial — se relacionam a processos culturais e sistemas simbólicos, ritualísticos e espirituais. Os nomes das crianças eram dados de acordo com algum evento, circunstância ou pressentimento imaginário ocorrido na época do nascimento. Originalmente, os nomes escolhidos pelos igbos definiam a identidade familiar ou um clã e, portanto, não correspondia ao modelo adotado por europeus.
A cerimônia de nomeação dos igbos, chamada Igu Afa, é geralmente realizada no vigésimo oitavo dia após o nascimento — a circuncisão acontece no oitavo dia. Geralmente, o recém-nascido recebe dois nomes, um por cada lado da família, mas somente um nome é mantido para a vida futura. A forma como o nome é escolhido varia de aldeia para aldeia.
Antes da conversão ao cristianismo, no século 19, a religião igbo tinha como deus principal Chineke ou Chukwu, além de várias outras divindades ligadas a natureza — como Ala, a deusa da terra —, o que influenciava na identificação de nomes e famílias.
Como muitos igbos foram escravizados por europeus, principalmente ao longo dos séculos 17 e 18, e trazidos para a América, eles passaram a usar os nomes de seus senhores ou indicativos de lugares de origem na África, resultando em um modelo de nomeação próximo ao usado por ibéricos ou ingleses.
Um igbo bastante conhecido pelos europeus, devido à sua luta contra a escravidão, foi Olaudah Equiano (conhecido também pelo seu nome europeu, Gustavus Vassa). Olaudah (1745-97) significa “pessoa afortunada”, o que correspondia à realidade de Olaudah, cujo pai era o ancião da aldeia e dono de vários escravos. Ele foi capturado ainda na infância por uma tribo rival, vendido aos ingleses e escravizado na América. Após conseguir a liberdade, Olaudah passou a viver na Inglaterra, onde se tornou abolicionista e autor de uma autobiografia.
Entre alguns nomes comuns entre os igbos, temos: Aniefuna, cujo significado é “minha terra não está perdida”; Asinobi, “coração”; Ezenwa, “o filho do rei”; e Okoro, “o filho do homem” ou “jovem nascido livre”.
Por Rodrigo Trespach.
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