Nomes africanos: Iorubás
Por Rodrigo Trespach, historiador, genealogista, autor de doze livros.
Os procedimentos de nomeação entre os iorubás — um grande grupo étnico da África Ocidental que habita, especialmente, Benin, Nigéria e Togo — tem a ver com processos culturais complexos e sistemas simbólicos, ritualísticos e espirituais. Segundo a tradição iorubá, os nomes têm o poder de influenciar a vida do indivíduo.
O sistema de nomeação dos iorubás não correspondia ao modelo adotado por europeus. Originalmente, os nomes escolhidos definiam a identidade da criança e o sentimento da família no momento do nascimento.
A cerimônia de nomeação, realizada uma semana após o nascimento, é chamada Ìkomojáde. Nela, os bebês recebem nomes como Babátúndé, cujo significado é “o pai voltou”, uma referência à morte do avô da criança, falecido antes de seu nascimento — o correspondente feminino é Yétúndé ou Ìyábo (“a mãe voltou”).
Exemplos de nomes ligados a condições da criança no momento do nascimento são Idowú (dado a quem nasce depois de gêmeos), Dàda (quem nasce como muito cabelo) ou Òjó (quem nasce com o cordão umbilical em torno do pescoço). Existem ainda muitas possibilidades para nomeação, com origem religiosa ou não. O nome Adébáyò, por exemplo, muito popular na Nigéria e conhecido no mundo por meio da escritora Ayòbámi Adébáyò, é uma referência a um momento de felicidade familiar.
Muitos iorubás foram escravizados ao longo dos séculos 18 e 19 e trazidos para o Brasil, onde passaram a usar nomes de seus senhores ou indicativos de lugares de origem na África, mais próximos do modelo de sobrenomes usado pelos ibéricos. Muitos trouxeram nomes de procedência árabe e influência muçulmana, como por exemplo Abakur ou Abu Bakr (ou, ainda, variações como Ebubekir e Aboubacar), um nome muito popular na Nigéria e ligado à cultura maometana — tem como significado “pai de um camelo jovem” e era o nome do primeiro califa islâmico, Abu Bakr al-Siddiq, que viveu no século 7.
Entre alguns nomes comuns entre os iorubás, temos: Bòdé (de Olábòdé ou Akínbòdé), cujo significado é “retorno” ou “chegada”; Adébóyè, “a realeza encontra a honra” ou “chegamos para atender a honra” e Ifátókun, de “Ifá é tão grande quanto o oceano” (Ifá é o oráculo ligado a Orunmilá, o chefe do conselho de orixás).
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