Caldeira, Caldera

Sobrenome ibérico com origem diversas. Pode ser associado a uma profissão ou ocupação, a uma indicação toponímica ou a uma alcunha. O vocábulo vem do latim caldaria, vasilha de metal que serve para aquecer a água, banho quente; de calidus, quente – em português, caldeira ou caldeirão. O termo deu origem também ao sobrenome espanhol Calderón ou Calderon (Caldeirão).

O nome mais antigo conhecido e documentado em Portugal é o do cavaleiro dom Gonçalo Rodrigues, chamado de Roas. Nascido na vila de Sertã, em Beira Baixa, viveu durante os reinados de dom Fernando I (1345-83) e dom João I de Portugal (1357-1433), de quem foi secretário, notário e escrivão da Câmara.

Gonçalo Rodrigues esteve na batalha de Aljubarrota, em14 de agosto de 1385, onde se notabilizou pela bravura, capturando aos castelhanos um anjo de prata e um pedaço do Santo Lenho, um pedaço da cruz onde Cristo foi pregado, que ofereceu ao rei dom João I e dom Nuno Álvares Pereira. Segundo a tradição, além dos artefatos religiosos, ele teria se apossado de três caldeiras de bronze, erguendo uma delas no ar como demonstração de força. Deste feito, por ordem e mercê real, teria tomado o sobrenome e também o brasão de armas, que traz no escudo três caldeiras e no timbre dois braços erguendo uma caldeira. As caldeiras foram doadas ao mosteiro de Alcobaça, em Estremadura, e a única existente hoje se encontra na Sala dos Reis.

Tendo casado com dona de Inês de Macedo, teve filhos e deixou descendentes. Também teve filhos ilegítimos. Todos adotaram o Caldeira como sobrenome.

No Brasil

O sobrenome chegou ao Brasil em variadas épocas e lugares. Está presente em Minas Gerais, por exemplo, desde o século 18, para onde se dirigiu o ancestral de Felisberto Caldeira Brant Pontes de Oliveira Horta (1772-1842), o marques de Barbacena, importante personagem do Primeiro Reinado.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o professor e escritor Jorge Caldeira e o ator Orlando Caldeira.