Aranha

Sobrenome português com origem em uma alcunha antiga. O nome do artrópode aracnídeo era associado a pessoas hesitantes, atrapalhadas, confusas ou que se embaraçavam facilmente. O vocábulo vem do latim aranea e tinha, no século 13, a forma aranna. 

O primeiro a usá-lo foi Fernão Annes, fidalgo que viveu no tempo dos reis dom Diniz (1261-1325) e dom Afonso IV (1291-1357) e que se dizia descendente de cavaleiros gascões que haviam chegado à cidade do Porto no século 10. Fernão foi coronel na cidade de Elvas e alferes-mor de dom Diniz.

Segundo alguns, a alcunha teria se originado de uma contentada, na qual o cavaleiro teria se “afrouxado”. Outros afirmam que o apelido teria sido dado a seu filho, fruto do casamento com dona Felícia de Abrantes. Diogo Annes Afonso Aranha era escrivão da Puridade no tempo de dom Afonso IV e, por ser moroso ao escrever, supostamente recebeu a alcunha Aranha. De seus filhos com Aldonca Viegas, deu-se seguimento ao sobrenome. 

Há, no entanto, outros Aranha que são mencionados no tempo de dom João I (1357-1433) e que não tem ligação com Fernão Annes. Alguns genealogistas, inclusive, tomam como origem do sobrenome países como Espanha (Araña ou Arania) e França. Existem também famílias de origem judaica (cristãos-novos) que adotaram Aranha como sobrenome. No Brasil, existem famílias que tomaram o sobrenome sem que se saiba o motivo aparente. É o caso do português João da Costa Aranha (1692-1769), comerciante e vereador em Itu, São Paulo, e casado com Maria Francisca Vieira (1715).

Destacamos, como personalidade com este sobrenome, o diplomata e escritor José Pereira da Graça Aranha (1868-1931).