Serra, Serrão

Sobrenome de origem geográfica (ou, menos frequentemente, ligado à alcunha de uma profissão, como a de carpinteiro ou de serrador), bastante comum na Península Ibérica e na Itália. O vocábulo deriva do latim secare, “cortar” ou “serrar”, e passou a designar serras (montes ou cadeias de montanhas) pela semelhança entre as elevações e os dentes de uma serra (instrumento de corte, de serra, serrae ou secra) ou os profissionais que usavam a ferramenta.

Deu origem a diversos nomes de família, muitas sem ligação alguma entre si. Na Espanha, a forma mais comum é Sierra; em Portugal, Serra e Serrão; entre os italianos, Serra, Serrano e Serrao. É usado como sobrenome em diversas regiões da Europa desde o século 13. Em Portugal, um Martius Serrão é mencionado em 1220 e o navegador Francisco Serrão (séc.15-16) é um dos nomes mais conhecidos deste sobrenome.

Há menções ao sobrenome no Brasil desde o século 17. Na lista da comunidade judaica do Brasil holandês, há um Isaque da Serra em Recife (1648-54). Mais tarde, entre os administradores coloniais portugueses, José da Serra foi governador do Maranhão (1732-6). No final do século 19, muitos imigrantes com o sobrenome chegaram ao país, entre os quais mencionamos os italianos Alfonso e Angelo Serra e o espanhol José Perez Sierra, todos desembarcados em Santos, São Paulo, em 1888, e o italiano Vincenzo Serra, que chegou ao Espírito Santo em 1893.

Entre algumas personalidades com este sobrenome, destacamos o político José Serra, ministro brasileiro em três oportunidades (Planejamento, Saúde e Relações Exteriores), prefeito e governador de São Paulo.