Neres, Neri, Nery

Embora com semelhança na forma, Neres, Neri e Nery são nomes de família com origens diversas — podendo não ter ligação alguma de parentesco —, sendo encontrados na Itália, na França e na Península Ibérica.

Não há unanimidade quanto à sua origem etimológica. Algumas famílias, especialmente as de origem italiana, adotaram o sobrenome devido ao apelido dado a um ancestral. Neste caso, Neri viria do latim niger, de “cor escura”, alusão à cor da pele, cabelo ou barba de um antepassado. Pode ter origem em um culto cristão, ligado aos devotos de são Filipe Néri (1515-95), santo católico italiano conhecido como o “santo da alegria”.

Outra possível origem estaria nos nomes próprios Guarnieri (de Warnhari) ou Ranieri (Raganhari). Ambos de origem germânica, têm como significado “exército de defesa” e “conselho do exército” respectivamente. Neste caso, Nieri teria sido adotado como um diminutivo. Entre os franceses, a origem do sobrenome é toponímica, uma referência às localidades de Néry, no departamento de Oise, ou Néris-les-Bains, em Alier.

No Brasil, as variações mais comuns são Neres, Neri, Néri, Nery e Neris. Há referências ao nome de família desde o século 18, quando o francês Jacques Nery se estabeleceu em São João del Rei, Minas Gerais, por volta de 1770. Outro nome conhecido é o de Filipe Néri Teixeira, capitão agregado de Campinas, São Paulo, em 1788, e um dos primeiros senhores de engenho da cidade. Desde o final do século 19, há registros de chegada de imigrantes portugueses, espanhóis e italianos, principalmente Neres (mais comum entre os lusos) e Neri (com origem na Península Italiana). Entre os italianos, Giuseppe Neri desembarcou em Santos em 1883, vindo de Gênova a bordo do Habsburg.

Entre algumas personalidades com estes sobrenomes destacamos Ana Nery (1814-80), pioneira da enfermagem no Brasil, o músico Thiago Neres e a jornalista Natuza Nery.