Schramm, Charão, Xarão

Schramm é um sobrenome alemão, com origem no médio alto-alemão schram ou schramme, que significam “arranhão”, “ferida na pele”, “esfolado” ou “cicatriz”. Pode também vir schram como sinônimo de Loch, “buraco”. Assim, indicaria uma peculiaridade física de um determinado ancestral, como uma marca de acidente de trabalho ou resultado de uma luta, ou o lugar onde ele vivia (uma fenda nas montanhas ou próximo de uma mina). Em alguns casos, pode indicar ainda um toponímico, de Schramm, na Baviera, ou Schrammen, hoje Szramowo, na Polônia.

Schramm é comum na Alemanha e presente na França, na Polônia e na República Tcheca. No Brasil, o sobrenome chegou no começo do século 18, com o médico Johann Adolf Schramm, que casou no Rio de Janeiro com Cecília de Souza da Conceição em 1727. Natural de Braunschweig, na Baixa Saxônia, a família chegou ao Rio Grande do Sul, onde um dos filhos de Adolf, o alferes Antônio, se casou em Viamão com Joana Velosa Fontoura, em 1758. Esse ramo, por deturpação, passou a usar as grafias Xarão ou Charão. Anos mais tarde, em 1827, Nikolaus Heinrich Schramm desembarcou em São Leopoldo, vindo de Glückstdat. Ao longo do século 19, outros imigrantes chegaram ao país.

A grafia Charão é mais conhecida no Sul do Brasil devido à rede de postos de gasolina com este nome. Já Schramm é conhecido devido a fábrica de conservas, criada em 1900 por Carlos Frederico Schramm.