Correia é um sobrenome ibérico bastante antigo em Portugal e do qual não se tem certeza da origem. Enquanto alguns acreditam ser uma indicação geográfica, outros afirmam que a etimologia vem mesmo de uma correia, pulseira de couro, cinto, cadarço ou rédea, ou de algum fabricante ou comerciante desses utensílios. Neste caso, viria do latim corrigia, cadarço de sapato, tira de couro ou açoite. Versos de dom João Ribeiro Gaio, bispo de Malaca entre 1578 e 1601, de fato, fazem referência a “correas e couros”, assim como o brasão mais antigo da família, com seis peças fretadas em vermelho.
A forma Corrêa/Correa é a forma mais antiga, embora ainda permaneça em algumas famílias; enquanto Correia é a forma moderna.
Há vários ramos e o mais antigo parece ser o do cavaleiro português dom Paio Ramires, senhor de Farelães, junto de Braga. Foi “rico-homem” de dom Afonso VI de Leão e Castela (1047-1109), como eram chamados os membros da nobreza da época. Denominado de Corrêa de Farelães, este ramo descende do filho de dom Paio, dom Soeiro Paes Corrêa, que foi casado com dona Urraca Soares.
Entre os nomes importantes do sobrenome está Diogo Fernandes Corrêa, feitor nos Flandres e que pelos serviços financeiros prestados recebeu do imperador Maximiliano I (1459-1519) mercê de brasão de armas em 1488. Outro nome importante é o de Antônio Corrêa (1488-1566), que lutou nas Índias e contra o rei do Barein, recebendo brasão de armas de dom João III (1502-57), em 1540. Em uma das imagens do escudo esquartelado está a cabeça cortada do rei muçulmano. O pai de Antônio Corrêa, Aires Corrêa, havia estado no Brasil, como feitor da frota de Pedro Álvares Cabral, em 1500.
No Brasil
De Portugal o sobrenome passou ao Brasil.
Envolvidos com o governo da capitania do Rio de Janeiro durante o século 17 estiveram Salvador Correia de Sá, o “Velho”, Martim Correia de Sá e Salvador Correia de Sá e Benevides.
Embora não seja um sobrenome comum entre os cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo no final do século 15, alguns nomes são encontrados na colônia durante o século 18. Diogo e Francisco Correa eram moradores das Minas Gerais quando foram denunciados à Inquisição (1729). Já Francisco Correa vivia no Rio de Janeiro (1723).
Outro morador do Rio era o judeu João Correa Ximenes, tabelião e senhor de engenho condenado ao hábito e ao cárcere perpétuo em 1713. Dois anos antes de ser condenado pelo Santo Oficio ele foi encontrado pelo corsário francês René Duguay-Trouin preso em um convento carioca junto com outros cristãos-novos. A Coroa pagou seu resgate, mas ele não escapou da condenação em Lisboa.
Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos os escritores Raimundo Correia (1859-1911) e Viriato Correia (1884-1967), o ator Cláudio Corrêa e Castro (1928-2005) e o músico Thedy Corrêa.
Por Rodrigo Trespach.
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