Aragão

Sobrenome toponímico ibérico, com origem em Aragão, ou Aragón, em espanhol, antigo reino cujo território ficava na região leste da Espanha moderna. Para alguns, a etimologia do vocábulo procede do celtibero aa ou aar, “água” ou “rio”, e daí ar, ara, araco e Aragón, nome de um curso de água que é afluente do rio Ebro. Segundo outros, a origem seria basca, de ara, “pasto ou terreno plano”, e goi, “parte alta”, ou seja, “a parte alta ou elevada de uma pastagem”. Além das variações Aragão e Aragón, temos os gentílicos Aragonés e Aragó (em italiano, Aragona ou Aragonese; em francês, Arago ou Aragou).

Em Portugal, o sobrenome chegou por meio de vários membros da nobreza aragonesa, entre eles com dom Pedro de Aragão, filho  bastardo do rei dom Pedro III de Aragão (1240-85) e Inês Zapata, e irmão de dona Isabel de Aragão (1271-1336), a “Rainha Santa”. Existem, no entanto, diversos troncos familiares sem ligação alguma entre si, tanto na Espanha quanto em Portugal. 

Já no Brasil, o sobrenome chegou no século 16, com o início da ocupação do Nordeste. Entre outros nomes, mencionamos o de Baltazar de Aragão, chamado de “Bangala” (pão-duro), capitão-mor em Angola e na Bahia do início do século 17. Houve outros com este sobrenome que serviram como administradores coloniais, como Francisco Ximenes de Aragão, governador do Ceará (1739-42).

Citamos, como algumas personalidades com este sobrenome, o jurista e governador da Bahia (1916-20) Antônio Muniz Sodré de Aragão (1881-1940), o historiador e escritor Raimundo Batista Aragão (1921-2003) e o humorista Renato Aragão, o Didi.