Arraes, Arrais

Arraes (ou Arrais) é um sobrenome ibérico, com origem no apelido dado ao fidalgo castelhano dom Fernando Arrais.

“Arraizes” ou “arraezes” era o nome dado ao chefe de uma pequena embarcação – hoje arrais. O vocábulo vem do árabe ar-ra-is (ou al rais), cabeça ou chefe de caravana. Reza a lenda que dom Henrique II de Castela (1334-79), em viagem pelo Tejo para realização do acerto de paz com o rei dom Fernando de Portugal (1345-83), ao chegar à embarcação real teria dito “formoso rei, formosa barca, formoso arrais”, o que deu origem ao apelido do fidalgo e ao nome de família.

Fronteiro-mor do rei dom Afonso XI de Castela (1311-50), dom Fernando Arrais foi pai de dona Maria Arrais, que casou com Pedro Dias de Mendonça, o “Furtado” (origem do sobrenome Furtado), tendo com ele, entre outros, Fernando Arrais de Mendonça, fronteiro-mor na guerra contra Portugal. Depois de feita a paz, Fernando Arrais mudou para o lado português, estabelecendo-se no Algarve, em 1339. O filho deste, Pedro Arrais de Mendonça, deu seguimento ao sobrenome em Portugal.

No Brasil

Da Península Ibérica o sobrenome passou ao Brasil. Em 1630, Bernardo Cruz Arraes é mencionado em documentos na Bahia. Em 1695, Cristovão Mendonça Arraes é citado como sargento-mor de Domingos Jorge Velho na luta contra o Quilombo de Palmares. Há menções ainda a um Francisco da Cruz Arrais, que teve três filhos formados em Coimbra entre 1650 e 1661.

Em meados do século 18, encontramos Inácio Ricardo Arraes, pai de Gonçalo Ricardo Arraes, origem dos Arraes no Ceará (1809) e ancestral do economista e político Miguel Arraes (1916-2005), por três oportunidades governador de Pernambuco e patriarca de uma importante família da política nordestina.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o cineasta e diretor de televisão Guel Arraes, filho de Miguel Arraes.