Barreto, Barretos

Embora não seja precedido de preposição, Barreto é um sobrenome toponímico português, com origem no solar da família, situado na barra de Viana do Castelo.

Dom Mem Nunes Velho, descendente de Arnaldo de Bayán (ou Baião), cavaleiro que chegou à Galícia para lutar contra os mouros em 983, e um dos filhos que dom Nunes Soares, chamado o “Velho” (e origem da família Velho), teve com dona Maria Pires Perna, é a origem do sobrenome. Seu filho, dom Gomes Mendes Barreto, que viveu no tempo dos reis dom Afonso II (1185-1123) e dom Sancho II (1209-48), foi o primeiro a usar Barreto como identificação familiar, tirado do solar na barra de Viana do Castelo. De seu casamento com dona Constança Pais, dom Gomes Mendes teve os filhos que deram seguimento ao sobrenome, entre eles dom Fernão Gomes Barreto, que esteve na tomada do Algarve aos mouros (1249) e no protesto que fez o rei dom Afonso III (1210-79) contra o bispo de Silves, em 1255.

De Portugal o sobrenome passou ao Brasil no século 16. Foram capitães-mores da capitania de São Vicente três membros da família: Francisco de Moraes Barreto (1559-62), Pedro Ferraz Barreto (1562-67) e Roque Barreto (1598, 1603-05 e 1613). Outro nome deste período é o de Nicolau Barreto, que organizou uma bandeira em 1602.

Como administradores coloniais, pelo menos quatro portadores do sobrenome foram governadores-gerais do Brasil: Manuel Teles Barreto (1583-87), Francisco Barreto (1657-63), Roque da Costa Barreto (1678-82) e Tomás Rubi de Barros Barreto, como integrante da uma junta governativa (1760-63).

O nome da cidade paulista de Barretos, conhecida pela festa do peão de boiadeiro, tem origem em Francisco Barreto, que chegou à região em 1831.

O sobrenome também foi adotado por escravizados e descendentes de escravizados africanos.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor Afonso Henriques de Lima Barreto, o Lima Barreto (1881-1922) e o cineasta Fábio Villela Barreto Borges, o Fábio Barreto (1957-2019).