Beça, Bessa

Sobrenome toponímico ibérico, com origem na cidade espanhola de Baeza, na Andaluzia. Não há informações precisas sobre a etimologia da palavra. A cidade era chamada pelos romanos de Uiluatia, que se acredita vir do nome latino Vivatia (procedente do etrusco). Baeza também foi chamada de Biatia ou Beatia, além de Bayyasa — esta última pelos árabes durante a ocupação da Península Ibérica.

O primeiro a usar Baeza como nome de família foi dom Lopo Dias de Haro, senhor de Biscaia e conhecido pela alcunha de “Cabeça Brava”. Ele tomou a cidade dos mouros em 1227, passando a usar a identificação geográfica como sobrenome. Em Portugal, entre seus descendentes são conhecidos Pero Baeza, que recebeu brasão de armas do rei dom Fernando (1345-83) em 1381, e Juan Alfonso de Baeza, que recebeu mercês do mesmo rei em Alter do Chão e Vimieiro. Os descendentes aportuguesaram o sobrenome para “Beça” (ou outras variações, como Baeça e Bessa). Há registros de famílias judaicas com este sobrenome.

No Brasil, Beça ou Bessa está ligado a uma expressão muito popular, “à beça”, que tem como significado “em grande quantidade”. A origem é atribuída ao presidente Rodrigues Alves (1848-1919), que, admirando a eloquência de determinado cidadão, teria feito referência aos argumentos do jurista Gumercindo Bessa (1859-1913) em disputa com Rui Barbosa (1849-1923): “O senhor tem argumentos à Bessa”.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta Bráulio Bessa.