Bulhões

Sobrenome de uma família portuguesa, com origem francesa. O vocábulo, que em Portugal foi deturpado para Bulhão e Bulhões, pode vir de um nome próprio latino, de Bullius; ou de um topônimo, como Bouillon, na Mancha, região da Normandia, França, ou de Bouillon (ou Bouyon), na Valônia, Bélgica. Neste caso, deriva de bullare, “lugar pantanoso”.

Para alguns genealogistas, a origem na Península Ibérica estaria em Godofredo de Bouillon (Godefroy de Bouillon, 1058-1100), duque de Lorena, senhor de Bulhão (Bouyon, hoje na Bélgica), cavaleiro da Primeira Cruzada e soberano do Reino de Jerusalém. Ele teria passado por Portugal, acompanhando o conde dom Henrique (1066-1112), também chamado de Henrique de Borgonha, conde de Portucale. Mas não há ligação comprovada deste com o nome mais antigo conhecido em Portugal, Vicente Martins de Bulhão, que viveu no reinado de dom Afonso Henriques (1111-85), o primeiro rei lusitano e filho de dom Henrique.

No Brasil, o sobrenome está presente desde o primeiro século de povoamento. No Rio de Janeiro, Diogo Lopes de Bulhões (1587-1649), casou em duas oportunidades, a primeira com Branca Mendes, em 1617, e a segunda com Mécia Furtado, em 1650. Da união com a primeira esposa nasceu o alferes Domingos de Bulhões. Mas há outros, espalhados pelo Brasil. Na região Norte, Fray Miguel de Bulhões e Souza (1706-79) foi capitão-mor do Grão-Pará em duas oportunidades (1754-6 e 1758-9).

Entre algumas personalidades com este sobrenome, destacamos o economista Otávio Gouveia de Bulhões (1906-90), ministro da Fazenda em vários governos durante a década de 1960, e a empresária Tania Bulhões.