Cáceres

Sobrenome toponímico espanhol, com origem na cidade de Cáceres, em Estremadura. A origem etimológica não é clara. Para alguns, viria do baixo latim carceres, referência às cisternas da cidade. Para outros, a origem é árabe, de qasr, “fortaleza” ou “palácio” (a mesma origem de alcácer). Há, ainda, hipóteses que indicam procedência no período romano, em Castra Cecilia, uma das bases do cônsul Quinto Cecílio Metelo Pio, no século I a.C., ou Norba Cesarina, capital administrativa local.

Em Portugal, entre os nomes mais antigos está o de Gonçalo Martins de Cáceres, fidalgo partidário do rei castelhano dom Pedro (1334-69), o Cruel, na luta contra dom Henrique (1334-79), conde de Trastâmara. Gonçalo se refugiou em Portugal e serviu a dom Fernando (1345-83), que lhe deu jurisdição sobre Sarzedas, Póvoa e Meadas, em 8 de julho de 1371, e os diretos da vila de Elvas, em 3 de agosto de 1373. Gonçalo retornou mais tarde a Castela. Seu irmão Álvaro Mendes de Cáceres também recebeu do rei português os julgados de Algodres e Fornos, em 3 de janeiro de 1372. Mais tarde, herdou as terras do irmão, mas também retornou a Castela após a morte de dom Fernando.

Outro portador do sobrenome, Afonso Pires de Cáceres, viveu em Estremoz, também como desterrado de Castela. No século seguinte, outro castelhano, Álvaro Gonçalves de Cáceres, foi leitor do rei português dom Afonso V (1432-81), tendo recebido carta de brasão de armas em 23 de junho de 1459.

Da Península Ibérica, o sobrenome chegou ao Brasil, entre outros, com o capitão-mor de Gurupá João Pereira de Cáceres (1637-9 e 1646-7) e Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (1739-97), fidalgo da Casa Real, administrador colonial português, governador e capitão-geral do Mato Grosso (1772-88).

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o jornalista e escritor André Cáceres.