Carrasco

Sobrenome toponímico ibérico, com origem em uma planta conhecida como quermes ou carrasco (Quercus coccifera), um arbusto similar ao carvalho e à azinheira, e que nomeia algumas localidades na Espanha. O vocábulo teria origem ibero-romana, em karr ou car-gar, “pedra”, devido ao fato de que este arbusto cresce invariavelmente em terreno pedregoso (“carrascaes” em português). A mesma associação ocorre na língua basca, em que o termo para carvalho é haritz, que se aparenta com harria, “pedra”.

Alguns genealogistas acreditam que o nome de família não venha de um topônimo, mas de uma alcunha primitiva, sendo “carrasco” uma forma reduzida de “carrasqueiro”.

É usado como sobrenome desde, pelo menos, o século 14, na região de Burgos, em Castela e Leão, Espanha, e passou dessa localidade para Portugal no século seguinte – segundo alguns, da Andaluzia para Moura. Entre os nomes mais antigos em Portugal está o de Belchior Nunes Carrasco, executor de penas capitais que viveu em Lisboa no século 15, motivo pelo qual o termo “carrasco” passou a ser sinônimo de algoz ou verdugo. 

No Brasil, o sobrenome chegou no século 17, com Miguel Garcia Carrasco (1595-1658), natural de S. Lucas de Cana Verde, provavelmente na Espanha, e tronco de numerosa família. Sertanista e bandeirante, tomou parte nas lutas contra os tamoios e tupiniquins, e participou do ataque a Guairá, em 1628. Em 1638, solicitou concessão e recebeu uma sesmaria na capitania de São Vicente. Foi um dos signatários da aclamação de Amador Bueno (1641). Casou-se com Margarida Fernandes (1616) e Izabel João.

No Nordeste, outro importante tronco familiar procede de Francisco Vaz Carrasco e Inês de Vasconcelos, vivos no século 17 – seu filho primogênito, Manoel Vaz Carrasco e Silva, nasceu em Pernambuco, em 1673.

Carrasco também foi adotado como sobrenome por famílias de cristãos-novos (judeus sefarditas) estabelecidos na Península Ibérica.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor e dramaturgo Walcyr Carrasco.