Sobrenome português com origem etimológica desconhecida, embora muitos acreditem se tratar de uma corruptela de cisne, ave aquática, cujo nome deriva do latim vulgar cicinus. Assim, seria uma alcunha primitiva.
Alguns genealogistas acreditam que o primeiro Cirne em Portugal teria vindo da Inglaterra ou da Galícia com o conde de Caminha no reinado do dom Afonso V (1432-81). João Cirne foi mordomo-mor da rainha dona Felipa e senhor da quinta do Crestes, na freguesia do Campo, e casado com dona Maria Fernandes de Sottomayor, com quem teve o filho que deu seguimento à linhagem.
Entretanto, existem menções ao sobrenome já no século 14, com Aires Afonso Cirne, que, no reinado de dom Pedro I (1320-67), recebeu carta do castelo de Monforte, em 23 de junho de 1357. Um pouco depois, um Lourenço Pires Cirne, já no reinado de dom Fernando I (1345-83), recebeu de carta da terra de Baldigem, em 28 julho de 1367. É desconhecida a ligação entre os dois e de ambos com João Cirne.
No Brasil, uma das primeiras referências é a de Lourenço Peixoto Cirne, cavaleiro da Ordem de Cristo e capitão-mor do Rio Grande do Norte (1610-3). Outro que esteve envolvido com a administração colonial foi Silvestre Cirne da Veiga, capitão-mor do Espírito Santo (1731-40).
Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o espírita kardecista Leopoldo Cirne (1870-1941) e o jornalista e escritor Pedro Cirne.
Por Rodrigo Trespach.
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