Cunha

Cunha é um sobrenome ibérico. Pode ser um toponímico, tomado de muitas povoações com este nome na Península Ibérica, provavelmente pela forma geográfica do terreno lembrar uma cunha (em “V”). Cuinha, Coinha ou Coina são formas antigas, usadas entre os séculos XII e XIV. Pode ter origem no latim cuneus, formação de batalha em forma de triângulo.

Entre a nobreza portuguesa, a tradição afirma que o sobrenome veio de um apelido. Durante o cerco a Lisboa, em 1147, dom Paio Guterres teria mandado meter nove cunhas de ferro na porta do castelo da cidade e assim pode entrar com seus soldados e tomar a fortificação. Pelo feito, o rei dom Afonso Henriques (ca.1111-85), o Conquistador, concedeu-lhe o “Cunha” por apelido. Também em memória ao cerco de Lisboa, o brasão de armas da família ostenta nove cunhas no escudo. O filho dom Fernão Paes da Cunha, senhor da quinta da Cunha, a Velha, no concelho de Guimarães, deu seguimento ao sobrenome.

No Brasil

No Brasil, o sobrenome chegou vindo dos Açores. Existem referências aos Cunha em São Paulo antes de 1650. Entre outros, citamos Manoel da Cunha, da Ilha de São Miguel. Entre os fidalgos, membros da família fizeram parte da administração colonial portuguesa. Matias da Cunha foi governador do Rio de Janeiro entre 1675-79 e governador-geral do Brasil entre 1687-88.

O sobrenome também foi adotado por “cristãos-novos” – judeus convertidos à força no final do século XV. Entre outros, há referências a Moses da Cunha (no Brasil holandês, 1630-54) e aos irmãos Miguel, Martinho e Manoel da Cunha (1729-46).

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor Euclides da Cunha (1866-1909), o advogado, general e político José Antônio Flores da Cunha (1880-1959) e a bailarina Juliana Carneiro da Cunha.