Dantas, D’Antas, Antas

Sobrenome toponímico português, com origem na localidade de Antas, no antigo concelho de Coura, atualmente Esposende. O vocábulo vem do latim antae ou antarum, plural da palavra “anta”, pilastras das portas ou dos contrafortes. É uma alusão aos megalíticos pré-históricos encontrados no local. 

Não há consenso sobre quem teria sido o primeiro a usar o topônimo como nome de família e, por isso, há divergências quanto às gerações e, também, aos nomes. Há quem afirme tenha sido Vasco de Antas, vassalo do rei dom Afonso VI de Leão e Castela (1047-1109) e contemporâneo de dom Henriques (1066-1112), conde de Portucale. Outros dizem que quem iniciou o sobrenome foi Fernão Mendes de Antas, filho de dom Fernão Mendes de Bragança, o Bravo, e de dona Teresa Soares. Mendes de Bragança foi casado com dona Sancha Henriques, filha do conde de Portucale. A forma “de Antas”, indicativo do topônimo, logo foi alterada para “d’Antas” e, por fim, “Dantas”.

O sobrenome desembarcou no Brasil no século 16, com Balthazar de Moraes de Antas (ca.1540-1600), segundo alguns, descendente de Vasco de Antas. Balthazar chegou a São Vicente em 1555, onde se casou com Brites Rodrigues Annes. Foi eleito Juiz Ordinário de São Paulo (1579), mas impossibilitado de assumir devido à acusação de ser “cristão-novo”. Apesar de ter conseguido provar que não era judeu, não assumiu o cargo.

Outros De Anta e Danta chegaram ao Brasil ao longo dos séculos, como Antônio José Dantas, desembarcado em Santos em 1912. 

No Rio Grande do Norte, há um município denominado Francisco Dantas, em homenagem ao paraibano Francisco Dantas de Araújo, falecido em 1942. Na Bahia, a cidade de Cícero Dantas é uma homenagem a Cícero Dantas Martins (1838-1903), barão de Jeremoabo e descendente do coronel João Dantas, que se destacou nas lutas pela Independência. 

Personalidades brasileiras conhecidas com este sobrenome são o escritor e embaixador Raymundo de Souza Dantas (1923-2002) e o empresário e banqueiro Daniel Dantas.