Duque-Estrada

Sobrenome toponímico ibérico, cuja origem é controversa. Segundo alguns genealogistas, seria proveniente de um cavaleiro francês do século 8, de nome Grimaldo ou Grimoaldo, duque de Brabante e de Estralen. Perseguido por seu tio Carlos Martel (690-741), teria se refugiado na Espanha, onde teria lutado contra os mouros. O “Estrada” da família viria de uma corrupção de “Estralen”. Entretanto, a história pode não corresponder totalmente à realidade, já que o ducado de Brabante foi instituído somente no século 12.

Uma versão difundida entre genealogistas espanhóis afirma que o sobrenome é composto pelo nome de duas famílias, com origens distintas. Os Duque, vindos de Aguilar de Campoo, província de Palência, em Castela e Aragão; e os Estrada, provenientes das Astúrias de Santillana, atuais Cantábria e Astúrias, na Espanha.

Outra versão diz que Diego Duque, bastardo do rei de Leão, seria o fundador da linhagem, tendo usado a identificação toponímica de sua propriedade, em Estrada. Seu filho, “Gonzalo de Estrada” deu seguimento ao sobrenome. Enquanto alguns descendentes passaram a usar Duque Estrada, outros adotaram a forma Duque-Estrada — o que para alguns, significaria a união de duas famílias.

De toda forma, a raiz da palavra Duque está no latim dux ou ducis, “o que vai a frente”, “guia”; em francês duc, do grego doúka, “governador militar”. Estrada se origina do latim strata, “caminho empedrado ou calçado”.

Em Portugal, o sobrenome chegou durante o reinado do rei dom Afonso V (1432-81) com o espanhol João de Estrada. No Brasil, há referências ao sobrenome desde o começo do século 17, com João Duque Estrada (ou “Jean Duc d’Estraden”), fidalgo flamengo, cavaleiro na Antuérpia, que passou a Lisboa, Portugal. Casou-se com Ana de Parady e chegou ao Rio de Janeiro por volta de 1614.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta Joaquim Osório Duque-Estrada (1870-1927), autor da letra do Hino Nacional.