Gadelha

Sobrenome ibérico, com origem em uma alcunha primitiva. Viria de “guedelha”, o mesmo que cabeleira comprida e desgrenhada, cabelos ou madeixa de qualquer fio. O vocábulo pode ter origem no latim viticula, de videira ou haste de planta trepadeira, com influência do gótico wathils, “penacho” – no século 12, era escrito como “guedelia” ou “gedeyes”, “guedeya” e “guedella” em espanhol.

O nome mais antigo conhecido com este nome de família é Martino Guedelia, mencionado em 1141, no tempo do rei dom Afonso Henriques (1111-85).

Para alguns etimologistas, no entanto, guedelha ou gadelha tem origem hebraica, vindo de ghedilim, “porção de cabelo”. Ou, então, do nome Gedaliah, que significa “Deus ou Jeová é grande”. Gedaliah ou Gedalias é mencionado nos livros de 2 Reis e Jeremias, como filho de Aicão e neto de Safã, sendo nomeado governador da Judeia por Nabucodonosor II após a destruição de Jerusalém, em 588 a.C. Entre os judeus sefarditas existem as famílias Guedelha ou Guedalia, entre outras variações.

Há diversas famílias com o mesmo sobrenome que podem ou não ter a mesma origem etimológica ou de procedência. No Brasil, o sobrenome é encontrado no Nordeste desde o século 17. O português Manuel da Costa Gadelha, casado com Francisca Lopes, é mencionado como cavaleiro da Ordem de Cristo e governador das Armas do Rio São Francisco em 1675.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos a cantora Luiza Possi Gadelha, o jurista e político pernambucano Túlio Gadêlha e o escritor Raimundo Gadelha.