Garcez

Sobrenome ibérico cuja origem não é uma unanimidade entre os etimologistas, podendo ser tanto um patronímico quanto um toponímico. 

A forma antiga de Garcez era Garsia ou Garsea, origem também do sobrenome Garcia. Para alguns, viria do basco harsea, “urso”, enquanto outros afirmam vir de gartzi-a, “penhasco”. Pode ter origem no termo germânico para “guerreiro”; ou no godo garxa ou garcha, “príncipe de visão graciosa”. Alguns etimologistas apontam uma proveniência latina, de garsio, “escudeiro”, o que teria dado origem ao basco gazte, “jovem”, e ao galo ou germânico wars, “guerreiro jovem”. Há ainda estudiosos que indicam procedência francesa, de gars, “menino” ou “rapazote”.

É um nome de família muito antigo na Península Ibérica, sendo conhecido como patronímico desde o século 11. Entre outros, com dom Garcia Garcez, que sucedeu ao pai como conde Nájera e Cabreira e senhor de Aza em 1087. Dom Garcia foi aio do infante dom Sancho e armado cavaleiro, em 1099, pelo conde dom Raimundo de Borgonha (1070-1107), primo do conde dom Henrique (1066-1112), o conde de Portucale.

No Brasil, o sobrenome chegou nos primeiros tempos do povoamento. No Rio de Janeiro, o capitão Antônio Garcez teve um filho, nascido em 1651, com uma africana de nome Maria. Outras seis famílias Garcez viviam no Rio de Janeiro ao longo do século 17, entre elas a do capitão dom Gabriel Garces y Gralla (1628-1703), natural da Catalunha. Casado por volta de 1658 com dona Bries Soares de Oliveira, com quem teve onze filhos.

Entre algumas personalidades com este sobrenome, destacamos o engenheiro Lucas Nogueira Garcez (1913-82), governador de São Paulo (1951-55); e o ator Deolindo Rodrigues Garcês, o Déo Garcez.