Girón, Girão

Sobrenome ibérico com origem em um apelido. Segundo alguns etimologistas, viria do nome de uma leguminosa usada na alimentação do gado, o yero, do latim eruum. Para outros, vem do francês giron (do baixo frâncico gero), “aba de vestimenta” ou “aba cortada em ponta”.

Segundos os nobiliários, a família tem origem nas Astúrias, Espanha, na época do rei Afonso VI de Leão (1037-1109). Durante a tomada de Toledo, estando o rei a pé e na iminência de ser preso pelos mouros, dom Rodrigo Gonçalves de Cisneiros cedeu ao monarca o próprio cavalo. Antes de escapar, o rei cortou um pedaço do pano de sua roupa (o girão), a fim de que pudesse identificar o autor do ato de lealdade e coragem. Dom Rodrigo caiu prisioneiro dos mouros, mas foi depois libertado, conseguindo provar que fora ele o responsável por salvar dom Afonso com o girão que lhe havia sido entregue. Dom Rodrigo casou-se com dona Inês, ou Estefânia de Armengol, e seu filho dom Gonçalo Rodrigues de Cisneiros foi o primeiro a usar o apelido Girão como sobrenome.

Em Portugal, o primeiro da família foi o castelhano dom Pedro Girão, que chegou ao país no século 14. No Brasil, o sobrenome é mencionado desde pelo menos o século 17. No Rio de Janeiro, são mencionados o capitão Paulo Girão de Marins, casado com dona Leonor Correia, em 1664; e o também capitão Cristóvão Girão Mimoso, natural de Tomar, Portugal, nascido por volta de 1628 e casado com dona Cândida Coutinha em 1658. Na Bahia, há registros de Francisco Lopes Girão, radicado ali e falecido em 1652. Há registros ainda de Cristóvão de Aguiar Girão, que fez parte da bandeira de Fernão Dias Pais (1608-1681) ao Sul, em 1638. No século 19, imigrantes lusos desembarcaram em Pernambuco e deram origem aos ramos da família Girão no Nordeste.

Entre algumas personalidades com este sobrenome, destacamos o empresário e senador cearense Eduardo Girão.

Por Rodrigo Trespach.