Guerreiro, Guerrero

Sobrenome ibérico com origem em uma alcunha, vindo de um ancestral destemido ou algum soldado. Guerreiro, ou Guerrero, em espanhol, é aquele que faz guerra, luta em um conflito ou é temperamental, inclinado à guerra. Existem muitas famílias com este sobrenome, sem qualquer ligação uma com a outra. O vocábulo procede do germânico para “peleja”, “revolta” ou “discórdia (guerra)”: werra. Durante a Idade Média da Europa ocidental, o termo substituiu o vocábulo latino bellum, de “guerra”, por homofonia com bellus, de “belo”, “gracioso”.

Como nome de família, Guerreiro (ou Guerrero) surgiu primeiro na Espanha, na época da Reconquista, onde havia vários com esse sobrenome em Aragão, Andaluzia e Castela-La Mancha. Entre os nomes destacados, mencionamos Francisco Guerrero (1528-99), compositor sevilhano, maestro na capela da catedral de Jaén e cantor na catedral de Sevilha, em meados do século 16.

Em Portugal, a família mais antiga é a do fidalgo andaluz Bartolomeu Guerrero, um dos 24 regedores de Sevilha. Chegou ao reino no tempo do rei dom Afonso V (1432-81) para lutar ao lado da Excelente Senhora, Joana de Trastâmara (1462-1530). Seu filho, Afonso Guerrero de Gusmán, viveu em Ourique, em Beja, no Alentejo, e deixou descendentes que deram seguimento ao sobrenome. A filha Catarina Guerrero também deixou descendentes, que usaram “Guerreiro”.

O sobrenome chegou ao Brasil nos séculos 17 e 18, principalmente na região sul do país. Entre alguns nomes, mencionamos o do alferes Antônio Guerreiro de Aboim, proprietário de terras no Rio Grande do Sul em 1780.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o sociólogo e escritor Alberto Guerreiro Ramos (1915-82) e o jornalista Antonio Guerreiro.