Henrique, Henriques

Sobrenome patronímico ibérico com origem no nome próprio germânico Heinrich, um dos mais populares prenomes em língua alemã durante a Idade Média. Heinrich, Henrique ou Henricus, em sua forma latinizada, vem do antigo alto-alemão heim ou do antigo saxão hem, “lar” ou “casa”, ou ainda hag, hagam, “recinto ou lugar cercado”; e rihhi, do antigo saxão riki, “governante”, “poderoso”. O nome significaria, então, “senhor ou governante da casa ou lar”.

Em qualquer de suas formas — como Henry (inglês), Henri (francês), Enrico (italiano) e Enrique (espanhol) — foi nome de muitos reis e imperadores europeus, o que o tornou muito popular.

Em Portugal, dom Afonso Henriques (1111-85) foi primeiro rei de Portugal. Ele era filho do conde dom Henrique (também conhecido como Henrique de Borgonha, conde de Portucale). Como Henrique era um prenome comum, há várias famílias sem ligação entre si. Ainda em Portugal, temos os descendentes de dom Henrique II, filho bastardo de dom Afonso XI de Castela (1311-50) e dona Leonor Nunes de Gusmão. Seu filho, dom Fernando Henriques, migrou no século 14 para Portugal, onde foi senhor de Alcáçovas.

No Brasil, o sobrenome é conhecido desde, pelo menos, o início do século 17. No Rio de Janeiro, entre os anos 1600 e 1700 havia no mínimo onze famílias Henriques. Entre as mais antigas, temos a de Gaspar Henriques, casado por volta de 1617 com Isabel Velha.

Henriques também foi muito usado entre os chamados cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo no final do século 15. No Brasil, há referências a Duarte Henriques, no Rio de Janeiro (1709); Diogo Henriques e João Henriques, na Bahia (em 1726 e 1728), entre muitos outros.