Lopes, López

Lopes é um patronímico português com origem no prenome Lopo, bastante comum na Península Ibérica antes do século 16, motivo pelo qual existem muitas famílias com este sobrenome. Lopo vem do latim lupus, lobo, adjetivo dado ao patriarca familiar. As versões espanholas mais comuns hoje são López ou Lopez – em documentos antigos, mesmo em Portugal, o sobrenome aparece ora como Lopez ora como “Lopiz”.

O nome mais antigo parece ser o de João Lopes, cavaleiro da Casa da Infanta dona Joana, filha de dom Afonso V (1432-81), prestou serviço ao rei na tomada de Tânger, em África, e Anafé, em Castela, e também na Sicilia, Itália. Recebeu mercê de armas (uma palmeira de ouro com um corvo negro pousado nela) em 6 de junho de 1476.

Outra família descende de Álvaro Lopes, fidalgo e escudeiro que instituiu o morgado de São Roque em 1546, sendo senhor da quinta de Berrezes. Em Braga, Diogo Lopes Fozador e a esposa Isabel Annes são mencionados em 1526 como moradores da Rua do Souto, criados do abade de Crespos. Ele faleceu em 1576.

No Brasil

Somente no Rio de Janeiro há mais de cem famílias Lopes registradas entre os séculos 16 e 17. Ela não é menos comum na região Sul do país, para onde emigraram muitos açorianos durante o século 18.

O sobrenome aparece também entre os “cristãos-novos”, judeus convertidos à força no final do século 15 e que se espalharam pela Europa e também pelas Américas. No Brasil, como membros da congregação Tzur Israel de Recife (1648-54), aparece o nome de David Lopes. Outros nomes aparecem em processos inquisitoriais entre o final do século 16 e início do 17, como Mateus Lopes Franco, Guiomar Lopes e Diogo Lopes.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor gaúcho João Simões Lopes Neto (1865-1916) e o cantor cearense Raimundo Fagner Cândido Lopes, o Fagner.