Lucena

Sobrenome toponímico ibérico, com origem na cidade de Lucena, na Andaluzia, Espanha. O vocábulo tem origem na Espanha antiga, quando a localidade era conhecida pela comunidade judaica como Elisana (ou Eliosena, “Deus nos salve”, em hebraico). Durante o período islâmico, foi chamada de Al-Yussena, de onde procede o nome atual.

Figuras ilustres com o sobrenomes são o enxadrista espanhol Luiz Ramires de Lucena (1465-1530) e o escritor português João de Lucena (1550-1600). Entre os nomes mais antigos conhecidos em Portugal está o de Vasco Fernandes de Lucena, castelhano e judeu que chegou ao reino no tempo de dom João I (1357-1433). Seu filho ou neto de mesmo nome foi embaixador papal no reinado de dom João II (1455-95). Deste mesmo ramo familiar descende, também, outro Vasco Fernandes de Lucena, que chegou a Pernambuco com Duarte Coelho (1485-1554) em 1532, onde viveu até sua morte, quatro décadas mais tarde. Sebastião de Lucena de Azevedo, capitão-mor (1639) e governador (1646) do Grão-Pará, é membro da mesma família. 

Além do Nordeste, há referências ao sobrenome no Rio de Janeiro do século 18. O cristão-novo Bento de Lucena é mencionado em um processo da Inquisição em 1711 como natural e morador da cidade. 

No Rio Grande do Sul, em homenagem a Henrique Pereira de Lucena (1835-1913), presidente (governador) da província em 1885-6, e à estrada aberta por ele na região, a antiga localidade de Arroio do Veado recebeu o nome de Presidente Lucena. Lucena também é o nome de uma cidade na Paraíba. 

Algumas personalidades com o sobrenome são o escritor paraibano Iveraldo Lucena (1935-2020) e a jornalista Eleonora de Lucena.