Martins, Martínez

Martins é um patronímico ibérico, cuja origem é o nome próprio Martinho ou Martim. Ou seja, alguém que era identificado como “filho de Martinho”. O prenome, por sua vez, vem do latim martius ou martinici, homem belicoso ou guerreiro, cuja origem é Marte, o deus da guerra dos romanos (em latim, Mars ou Martis).

Por ser patronímico existem muitas famílias, com origens diversas e sem ligação entre si. Em Portugal, entre as mais antigas linhagens está a de Estevão Martins, falecido em 1506, mestre-escola da Sé de Lisboa, primeiro provedor do Hospital Real de Todos os Santos e conde palatino. Outro nome é o de Diogo Martins, cavaleiro e fidalgo de dom Sebastião (1554-78). Pelos serviços que prestou a este e a seu avô dom João III (1502-57), foi feito nobre recebendo brasão de armas em 18 de maio de 1560. Na Espanha, o sobrenome Martínez é comum na Catalunha, onde existem registros desde o século 13.

No Brasil

Da Península Ibérica, o sobrenome espalhou-se pelas ilhas do Atlântico e na América. O açoriano Antônio Martins criou numerosa família na Ilha de Santa Catarina, aonde chegou em 1755. Na mesma época e local também se estabeleceu Francisco Martins. Ainda durante o período colonial, o capitão-mor João Martins de Barros foi o responsável pela expedição ao rio Paraná e pela construção do forte do Iguatemi, no atual Mato Grosso do Sul, entre 1765-70.

O sobrenome também é encontrado entre os cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo. No Rio de Janeiro, alguns nomes são mencionados no século 18: Ignácia Martins, filha do carpinteiro Antônio Martins, mencionada em processo em 1723, e o mercador Manoel Martins Moeda, citado em autos entre 1709-11.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o líder político da Revolução Federalista (1893-5) Gaspar Silveira Martins (1835-1901), os atores Thiago Martins e Humberto Martins, e o escritor Giovani Martins.