Melo, Mello

Sobrenome toponímico português, com origem na vila de Melo, na serra da Estrela, em Beira Alta, e cuja denominação primitiva era “Merlo” – que, segundo alguns, viria de melro ou mérula, ave do gênero Turdus. A forma Mello com dois “ll” é por assimilação de “r” ao “l”.

Foi dom Soeiro Reimão, filho de dom Raimundo Paes de Riba de Vizela e dona Dordia Afonso, o fundador da vila de Melo, local de onde a família tirou o sobrenome. De seu filho com dona Urraca Viegas, dom Mem Soares de Melo, senhor de Melo e de Gouveia, rico-homem e alferes-mor de dom Afonso III (1210-79), descendem os Melo.

Afirmam alguns genealogistas que a vila teria recebido o nome de Melo por ser este o nome de um muro em Jerusalém, cidade de cujo cerco dom Soeiro Reimão teria participado, durante a cruzada do rei Ricardo I da Inglaterra (1157-99), o Coração de Leão, em 1191. Dom Soeiro Reimão também tomou parte da conquista do Chipre. Há, no entanto, contradição quanto a datas, pois a vila é mencionada em 1024, mais de 160 anos antes.

No Brasil

De Portugal o sobrenome passou aos Açores e ao Brasil, onde alguns nomes da família tiveram destaque na história nacional, como o capitão-mor do Maranhão Pedro de Albuquerque Melo (1642-44), que lutou contra os invasores holandeses; o capitão-mor do Rio Grande do Norte Bernardo Viera de Melo (1695-1701); e Domitila de Castro Canto e Melo (1797-1867), a marquesa de Santos, célebre amante de dom Pedro I.

Há menções ao sobrenome também entre os cristãos-novos. No Rio de Janeiro era morador, entre outros, o contratador de diamantes Manoel de Mello (1734).

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta João Cabral de Melo Neto (1920-99); o 32º presidente do Brasil Fernando Affonso Collor de Mello; e os atores Luís Melo, Danton Mello e Selton Mello.