Mendes, Mendez, Méndez

Mendes, e também Mendez ou Méndez, como é mais comum na Espanha, é um sobrenome patronímico ibérico, com origem no nome próprio Mendo, forma reduzida de Menendo, muito popular entre os séculos 9 e 12. Menendo viria do latim monendus, de monere, advertir, lembrar; ou, mais aceito entre os estudiosos, de Merendus, “que há de ser merecedor”, de mereri, merecer, ser digno de algo.

Não há uma única família, mas várias que adotaram o sobrenome ao longo do tempo. O primeiro a usá-lo foi Gonzalo Méndez, nobre asturiano que viveu entre os séculos 10 e 11, filho do conde Garcia Fernandez e irmão da rainha dona Elvira, esposa do rei dom Afonso V de Leão (994-1028).

Mais tarde, em Portugal, famílias como as de Manuel Mendes (1520) e Rui Mendes, cônsul em Antuérpia em 1566, tornaram-se poderosas e portadoras de brasão de armas.

No Brasil

Da Península Ibérica o sobrenome chegou à América no século 16. No Brasil, Antônio Mendes de Figueiredo foi capitão-mor da capitania do Espírito Santo entre 1667 e 1670.

Mendes também é um dos sobrenomes muito comum entre os judeus sefaraditas. No Brasil holandês (1630-54), Moses Mendes é mencionado como residente no engenho Ubu, em Igarassu, em Pernambuco, em 1644. Na congregação Tzur Israel (1648-54), em Recife, entre os membros da comunidade estão Israel Levy Mendes, Jacob Franco Mendes e Davi Mendes.

Entre os cristãos-novos, assim chamados os judeus convertidos à força, encontramos no Rio de Janeiro Luis Mendes, filho de Guilherme Gomes, em 1711; e André Mendes e os filhos Belchior, João Mendes e Luís, capitão de ordenança (1713). Na Bahia, o comerciante Luís Mendes de Moraes foi denunciado ao Santo Ofício em 1729.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta Murilo Mendes (1901-75), o sindicalista Francisco Alves Mendes, o Chico Mendes (1944-88), o comediante Gustavo Mendes e a atriz Bete Mendes.