Moura

Sobrenome toponímico português, com origem na vila de Moura, no Alentejo. A cidade era conhecida pelos romanos como Aruci ou Auracitana. Com a invasão islâmica, passou a ser conhecida por Al-Manijah. A cidade foi tomada pelos irmãos dom Pedro e dom Álvaro Rodrigues em 1166, surgindo daí a lenda da Moura Salúquia.

Salúquia era alcaidessa de Al-Manijah e filha do governador Abu Hassan. A bela estava por se casar com Bráfama, alcaide de Aroche. Durante a viagem para as núpcias, a comitiva do noivo foi surpreendida por cavaleiros cristãos, que mataram todos os muçulmanos. Tomando as vestes dos mouros, os cristãos liderados pelos irmãos Rodrigues se aproximaram de Al-Manijah, cujas portas foram abertas aos cavaleiros disfarçados. Surpreendida com o ardil, a cidade foi tomada rapidamente e Salúquia, percebendo o equivoco e com medo de ser escravizada, precipitou-se da torre. Os cristãos teriam, então, nomeado a cidade de “Terra da Moura Salúquia”, o que depois foi abreviada por Moura. No entanto, alguns historiadores portugueses contradizem a lenda, já que Moura nomeava a cidade antes da invasão muçulmana.

De qualquer forma, um dos irmãos, dom Pedro Rodrigues, teve vários filhos, entre eles dom Martim Rodrigues, freire e mestre da Ordem de Calatrava, cujo filho Vasco Martins Serrão recebeu como mercê o senhorio de Moura, onde teve um solar e do qual tomou o sobrenome, dando seguimento à linhagem.

Alguns genealogistas, porém, dão com origem Lopo de Haro, fidalgo castelhano que raptou a mulher de um governador mouro dando-lhe o nome de “Eva de Moura”. Com ela teve dois filhos, um que teria ido para o Algarve e outro que se dirigiu para Chaves, de onde provem os Moura de Trás-os-Montes e Minho.

No Brasil

De Portugal o sobrenome chegou ao Brasil, principalmente com os açorianos, a partir do século 18.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o padre gaúcho Roberto Landell de Moura (1861-1928), considerado o inventor do rádio; o sociólogo Clóvis Moura e o ator e diretor Wagner Moura.