Noronha

Sobrenome toponímico ibérico com origem no rei castelhano dom Henrique II (1334-79), filho bastardo de dom Afonso XI (1311-50). Dom Henrique também foi pai de bastardos, entre eles dom Afonso Henriques (1355-95), conde de Noronha e de Gijon, nascido do relacionamento com Elvira Íñiguez de la Veja. Ele se casou com dona Isabel, filha de dom Fernando I (1345-83), rei de Portugal. Alguns de seus descendentes – entre eles alguns bastardos – tomaram como sobrenome o patronímico Henriques, e outros, o toponímico Noronha.

Noronha, ou Noreña, em espanhol, é uma cidade nas Astúrias. Não há consenso quanto à origem etimológica, tendo, talvez, proveniência celta, asturiana ou galega, na raiz indo-europeia comum ner, de “energia vital” e “homem” e, também, “javali” ou do nome próprio Nerios. 

Na época das grandes navegações, o sobrenome chegou às ilhas do Atlântico e ao Brasil. O arquipélago de Fernando de Noronha tem este nome devido ao judeu convertido ao cristianismo “Fernan de Loronha” (c.1470-1540), armador, donatário da ilha (1504) e explorador do pau-Brasil. Tanto seu local de nascimento quanto a origem de seu nome de família são controversos. A troca do “N” pelo “L” teria sido usada para diferenciar cristãos-velhos de cristãos-novos (judeus), mas não é uma teoria unânime; muitos genealogistas discordam. Além de famílias com origem judaica, escravizados africanos também adotaram o sobrenome. 

Na história do Brasil, foram vice-reis da colônia no século 18 Pedro Antônio de Noronha (1714-8) e Marcos de Noronha (1755-60). Algumas personalidades com o sobrenome são o jornalista Sérgio Noronha (1932-2020) e a escritora Isabela Noronha.