Peixoto

Sobrenome português com origem no apelido dado a Gomes Viegas de Portocarreiro em 1245, durante o cerco a Celorico da Beira.

Filho de dom Egas Henriques de Portocarreiro e dona Teresa Gonçalves, Gomes Viegas estava entre os defensores do castelo de Celorico, que estava prestes a se render a dom Afonso III (1210-79) devido à falta de mantimentos quando uma águia que passava sobre as muralhas deixou cair uma truta. O alcaide-mor Fernão Rodrigues Pacheco aproveitou a oportunidade, preparou o peixe e ordenou que Gomes Viegas entregasse ao invasor. Acreditando haver abundância de comida no castelo da cidade que se mantinha fiel a dom Sancho II (1209-48), dom Afonso levantou o cerco. Nasceu, assim, a Lenda da Truta, recebendo Gomes Viegas a alcunha de “Peixão” ou “Peixoto”, de peixe pequeno – em português arcaico também escrito como “peixota”, “pixota” ou “pexota”.

Rico-homem de dom Sancho II e seu embaixador na França, Gomes Viegas esteve no concílio de Lion, em 1245, recebeu de dom Afonso III a honra de Pardelhas e várias outras terras, além do senhorio da Calçada, no concelho de Penafiel de Souza, que foi solar da família. Querem alguns genealogistas que o sobrenome Peixoto venha da quinta de Pardelhas, pois este vocábulo nomeia peixes de água doce. De seu casamento com dona Maria Rodrigues nasceu Gonçalo Gomes Peixoto, que dá seguimento ao sobrenome Peixoto.

No Brasil

De Portugal o sobrenome passou ao Brasil em variadas épocas e lugares. Entre os mais destacados nomes está o do capitão Domingos de Brito Peixoto (1630-1709), filho de Domingos de Brito Peixoto e Sebastiana da Silva, natural de São Vicente, bandeirante e fundador de Laguna, em Santa Catarina, em 1676. Seu filho, o capitão-mor Francisco de Brito Peixoto (1650-1735), daria início ao processo de exploração e povoamento do Rio Grande do Sul, no começo da década de 1720.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta carioca Inácio José de Alvarenga Peixoto (1742-92), envolvido na Inconfidência Mineira, e o marechal alagoano Floriano Vieira Peixoto (1839-95), segundo presidente do Brasil (1891-94).