Rangel

Rangel é um sobrenome toponímico português, com origem na quinta de “Ronge”, depois Rangel, situada na Ribeira de Coselhas. A propriedade pertenceu a Gonçalo Gonçalves e foi tomada aos mouros, provavelmente durante o cerco de Coimbra em 1117. Armado cavaleiro por dom Afonso Henriques (1111-85) na igreja de São João de Almedina, foi o responsável pela reconstrução de Soure em 1125, quando o futuro rei tomou Santarém aos mouros. A julgar pela origem francesa do rei dom Afonso Henriques e de muitos dos que o cercaram, a etimologia do vocábulo tem certamente origem em ronge, variação dialetal do francês ronce ou rongeras, lugar coberto de amoras silvestres, sarça ou espinheiro (outra possibilidade é renge, cinto de guerra em francês antigo). Segundo a tradição, Gonçalo Gonçalves e seu irmão Mem Gonçalves venceram os mouros emboscando-se entre arbustos de romã, fruta que foi usada no brasão de armas.

O primeiro de que se tem notícia, que usou Rangel como nome de família, foi o pentaneto de Gonçalo, Martim Afonso de Rangel, que tomou por sobrenome o nome do lugar onde residia, a quinta do ancestral. Viveu no tempo do rei dom Dinis (1261-1325).

No Brasil

O sobrenome chegou ao Brasil já no século 16, com Julião Rangel de Macedo, filho de Damião Dias Rangel, que veio para o Brasil para lutar contra os indígenas. Era capitão no Rio de Janeiro, em 1583. De seu casamento, em 1574, com Brites Sardinha, irmã do primeiro bispo, dom Pedro Fernandes Sardinha, descendem vários troncos de Rangel, tais como Abreu Rangel, Rangel de Souza e Silva Rangel.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos a poetisa Ângela do Amaral Rangel (1725-?), o escritor Alberto Rangel (1871-1945), o economista Ignácio de Mourão Rangel (1914-94) e o ator Pedro Paulo Rangel.