Silveira

Silveira (ou da Silveira) é um sobrenome toponímico de origem portuguesa. O primeiro a usá-lo foi Gonçalo Vasques da Silveira, contemporâneo do rei português dom Fernando I (1345-83). Casado com Alda Rodrigues de Aguiar, Gonçalo era fidalgo e senhor da herdade da Silveira, termo da vila de Redondo, em Évora, Portugal, em 1378. Deste senhorio tomou o sobrenome. Sua descendência se deu por meio da filha Maria Gonçalves da Silveira que, casada com Martim Gil Pestana, teve como filho Nuno da Silveira, Escrivão da Puridade do rei dom João I (1357-1433).

Há, no entanto, outras famílias sem conexão estabelecida como a de Gonçalo. Alguns nobiliários portugueses fazem referência a dom Fernando Afonso da Silveira, casado com dona Catarina Teixeira, camareira-mor da infanta dona Isabel, e embaixador em Castela no ano de 1423.

No Brasil

Entre as famílias mais antigas estão as dos fidalgos Pero Góes da Silveira e Luiz de Góes da Silveira, chegados à capitania de São Vicente junto com Martim Afonso de Souza em 1532.

Um caso peculiar é do dos Silveira das ilhas dos Açores. Este ramo da família tem origem no fidalgo Willem van der Hagen. Seu sobrenome é motivo de muitas controvérsias. Willem, ou Guilherme, em português, nasceu em Bruges, Flandres, em 1430, e migrou para os Açores em 1469, estabelecendo-se na ilha do Faial com família e gente para povoar o ilhéu. Para alguns, a família van der Hagen teria origem em Kleve, na Alemanha, e, ainda mais antigo, viria de Johann van der Hagen, de Braunschweig, mencionado em 1253.

Alguns estudiosos, porém, acreditam que o sobrenome correto de Willem seria “de Kersemakere”, vindo provavelmente do holandês Kaarsenmaker, fabricante de velas, ou Kaasmaker, queijeiro, forma que depois seria aportuguesada para “Casmaca”. O Van der Hagen (“Vander Haeghen” ou “Vandraga”), que teria sido trazido por “Silveira” nos Açores, poderia ter sido, conforme alegam alguns, o nome de família da primeira esposa de Willem. Há, ainda, os que afirmam ser ele neto de João, Duque da Borgonha e, portanto, descendente dos reis franceses da Casa de Volois.

De toda forma, Guilherme Silveira viveu como nobre na ilha de São Jorge, recebendo o brasão de armas do rei dom João II. Seus descendentes se espalharam pelos Açores e também pelo Brasil, para onde começaram a emigrar no século seguinte.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o jornalista, escritor e correspondente de guerra Joel Silveira (1918-2007), o editor Ênio Silveira (1925-96), a atriz Juliana Silveira e o músico Lucas Silveira.