Ochoa, Uchôa

Sobrenome ibérico que, segundo alguns, tem origem em um nome próprio ou alcunha. Para outros, teria origem em um topônimo. No primeiro caso, viria do basco para lobo, otso. Paralelamente, Lope, de Lupus, “lobo” em latim, já era um prenome bastante comum na Península Ibérica do primeiro milênio da era cristã. Para fundamentar esta ideia, uma das famílias Uchoa em Portugal utiliza dois lobos no escudo do brasão e um no timbre.

Na segunda teoria, considerando a origem toponímica do sobrenome, a palavra também procederia do basco: de otsa, indicação de pastagens, ou de oitzoa, “protuberância montanhosa”. Os etimologistas que defendem essa opção acreditam que a confusão com otso (lobo) se daria pela impossibilidade castelhana de pronunciar os sons “ts” ou “tz” de oitzoa (pasto ou elevação). Por isso, a pronúncia em espanhol seria ochoa.

Em Portugal, Martins Henriques de Ochoa, natural de Navarra, teria chegado ao país junto com o conde dom Henriques (1066-1112). Dele descenderia Pedro Afonso Ochoa, rico-homem no tempo do rei dom Dinis (1261-1325).

No Brasil, o sobrenome está presente desde o século 17. O primeiro a chegar, antes de 1625, parece ter sido Gaspar de Souza Uchoa (1610-76). Em 1640, ele recebeu o Hábito da Ordem de Cristo por sua atuação contra os holandeses em Pernambuco. Em 1642, foi capitão-mor de São Vicente (e mais tarde sargento-mor e mestre do campo). De seu casamento com Maria Figueiroa, em 1639, em Pernambuco, deixou numerosa descendência, que usou Uchoa ou Uchôa. Há referências também a famílias judaicas (cristãos-novos) com este nome de família.

Entre algumas personalidades com este sobrenome, destacamos o jornalista esportivo Marcos Uchôa.