Furtado

Sobrenome ibérico com origem no apelido de dom Fernão Peres de Lara, chamado o “Furtado” – “El Hurtado”, em espanhol. Dom Fernão era filho da rainha dona Urraca – mãe do rei de Leão e Castela dom Afonso VI (1047-1109) e mulher do conde dom Raimundo de Borgonha – com seu amante de dom Pedro Gonçalves de Lara, por isso chamado de “Furtado”, por ter sido gerado às escondidas, de “amores ocultos”; do latim furtus, roubo, de fur, ladrão.

Da Espanha o sobrenome passou a Portugal no tempo do rei dom Afonso III (1210-79) com Fernão Furtado, que casou com dona Guiomar Afonso de Resende e que vivia em 1242; e Pedro Dias Furtado (também conhecido por Pedro Dias de Mendonça), um dos duzentos fidalgos que o rei de Castela dom Afonso X (1221-84) herdou em Sevilha, em 1253, e que casou com dona Maria Arrais. Os descendentes deste último usam Furtado de Mendonça (ou Hurtado de Mendoza) como identificação familiar.

Em Portugal, além da origem em dom Fernão Peres de Lara, o sobrenome também pode ter procedência toponímica.

No Brasil

De Portugal o sobrenome passou, no século 15, para os Açores com João Henriques Furtado de Mendonça (na ilha das Flores) e Pedro Furtado de Mendonça (na ilha Terceira). Do continente ou do arquipélago atlântico, os Furtado começaram a chegar ao Brasil a partir do século 17.

Em São Paulo, a primeira família Furtado conhecida é a de Daniel (ou Leonel) Furtado, de Monsanto de Caminha, Portugal, casado com Gracia Mendes (cujo inventário foi aberto em 1676), com quem teve pelo menos doze filhos.

Um dos nomes conhecidos neste período é o do coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, bandeirante que descobriu ouro em Minas Gerais.

Há também referências a cristãos-novos com o sobrenome, como Manoel Furtado, natural da Guarda e mencionado em 1726 como morador das Minas.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o cineasta Jorge Alberto Furtado e o poeta Mailson Furtado.