Bandeira, Bandera

Bandeira é um sobrenome português com origem no apelido dado a Gonçalo Pires por ato de heroísmo em batalha. Natural de São Martinho de Mouros, Gonçalo era chamado de “Juzarte” quando escudeiro de Gonçalo Vaz Pinto, senhor de Ferreiros e Tendais.

Durante a batalha de Toro, ocorrida em 1º de março de 1476, quando disputavam a sucessão ao trono castelhano o rei português dom Afonso V (1432-81) e dom Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela (1452-1516), a bandeira do monarca de Portugal caiu em mãos inimigas. Em meio ao combate, Duarte de Almeida, alferes-mor do rei e responsável pelo estandarte real, teve as duas mãos decepadas pelas tropas castelhanas. O estandarte foi, então, corajosamente recuperado por Gonçalo Pires. Pelo feito notável, dom João II (1455-95), que também estivera na batalha ao lado de seu pai, fez nobre o escudeiro em 4 julho de 1483, com brasão de armas e um novo sobrenome: Gonçalo Pires Bandeira.

Na Espanha, o sobrenome parece não ter ligação com Gonçalo e a batalha de Toro. Neste caso, o nome de família Bandera, a forma usual em espanhol, teria vindo de um fabricante de flâmulas ou de um porta-estandarte. Genealogistas espanhóis afirmam que Bandera é bastante antigo nas Astúrias.

No Brasil

A família chegou ao Brasil no século 17, entre outros, com José Pinto Bandeira. Vindo de Valongo, ele se estabeleceu em Laguna, em Santa Catarina, de onde partiu com familiares para dar início ao povoamento do Rio Grande do Sul. Seu neto Rafael Pinto Bandeira (1740-95) foi um dos mais destacados militares portugueses do século 18.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o poeta Manuel Bandeira (1886-1968), o escritor Pedro Bandeira e o ator espanhol José Antonio Domínguez Bandera, o Antonio Banderas.