Jacques, Jaques

Sobrenome patronímico de origem francesa, comum também na Península Ibérica. Jaques ou Jacques vem do latim Jacob ou Jacobus, que por sua vez procede do grego Iakob, versão do original hebraico Ia’aqeb, “aquele que segura o calcanhar”, embora alguns o traduzam por “astucioso” (do verbo aqab).

Na língua portuguesa, empregou-se a adaptação Jacó, o patriarca hebreu e filho de Isaque, que, segundo a Bíblia, recebeu este nome por segurar com a mão o pé de seu irmão gêmeo, Esaú.

Em outras línguas, o patronímico tem as formas Jacobi, Jacoby, Jacqz, Jacobo, entre muitas outras.

Genealogistas portugueses afirmam que a família é originária do reino de Aragão, nas montanhas de Jaca, tendo depois se estabelecido na Catalunha antes de passar a Portugal com Guillem Jaques (ou Guilhen Jacques), que chegou ao reino no tempo de dom Afonso V (1432-81). Sua origem, porém, é incerta, afirmando alguns que era fidalgo aragonês ou francês, enquanto outros acreditam ser catalão. De toda forma, como partidário do conde de Urgel, Guillem participou do assassinato do arcebispo de Zaragoza, dom João de Eredia, motivo pelo qual teria procurado refúgio em Lisboa. Chegou em Portugal acompanhado da infanta dona Isabel de Urgel (1409-69), mulher do infante dom Pedro (1392-1449), duque de Coimbra e filho do rei dom João I (1357-1433). 

O sobrenome está ligado à história do Brasil por meio de Cristóvão Jacques (c.1480-1530), navegador e filho ilegítimo de Pedro Jacques, neto de Guillen Jacques. Cristóvão participou da frota de Gonçalo Coelho, em 1503, responsável pela exploração do litoral da colônia e foi proprietário do primeiro engenho de açúcar em Pernambuco (1516). Mais tarde, em 1526, ele foi nomeado o segundo governador da América portuguesa.

Além dos Jaques de Portugal, o Brasil recebeu Jacques provenientes diretamente da França, caso de Jéan Guillaume Jacques (1749-1833), de Lille, em Nord-Pas-de-Calais, que se casou em Florianópolis, Santa Catarina, com Antônia Joaquina do Rosário (1758-1834). Jacques se fixou em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, onde deixou descendência.