Mascarenhas

Embora seja estranha a inexistência da preposição “de”, é tido como sobrenome toponímico português, com origem em Mascarenhas, no concelho de Mirandela, norte de Portugal. É desconhecida a etimologia do vocábulo, mas na Espanha os sobrenomes Mascareña e Mascareñas procedem do árabe mashara, pessoa com máscara ou disfarçada, bufão, personagem ridículo. Talvez Mascarenhas tenha a mesma origem etimológica.

Procede este nome de família de Estevão Rodrigues, primeiro povoador de Mascarenhas e contemporâneo do rei dom Sancho I (1154-1211), a quem acompanhou na tomada de Elvas e de Torres Novas (1206). De seu casamento com Urraca Anes, Estevão teve o filho Lourenço Esteves Mascarenhas, o primeiro que adotou o sobrenome, tirado, segundo de pensa, da propriedade do qual era senhor.

Seu bisneto Martim Vaz Mascarenhas teve como neto dom Pedro Mascarenhas, que foi alcaide-mor de Trancoso, comendador do Castelo Novo, estribeiro-mor de dom João II (1455-95), aposentador-mor e camareiro do infante dom João, embaixador em Roma e do imperador Carlos V (1500-58) e o responsável pelo pedido da instalação da Companhia de Jesus em Portugal.

No Brasil

De Portugal o sobrenome passou ao Brasil, principalmente ao longo do século 18. Entre outros nomes, mencionamos Felipe Gonçalves Mascarenhas, que expulso pelos castelhanos da colônia do Sacramento, no Uruguai, ganhou uma data de terras em Mostardas, no RS, em 1790; e Antonio Gonçalves Mascarenhas, que chegou ao Brasil em 1778 e foi pai de Bernardo Mascarenhas (1847-99), responsável pela fundação da primeira grande usina hidroelétrica da América do Sul.

No entanto, já no século 16 o sobrenome estava no Brasil. Em 25 de dezembro de 1599, o capitão-mor de Pernambuco (1596-1605), Manuel Mascarenhas Homem fundou a cidade de Natal.

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o general João Batista Mascarenhas de Moraes (1883-1968), comandante da FEB na Segunda Guerra Mundial, o escritor Victor Mascarenhas e o ator Kiko Mascarenhas.