Rego, Rêgo

Sobrenome toponímico português, com origem na honra do Rego, em Lordelo, concelho de Lanhoso, ou em outra localidade homônima, no concelho de Celorico de Basto. O vocábulo vem do latim rego, “dirigir” ou “direcionar” e, na língua portuguesa, significa um sulco aberto para conduzir água. 

No entanto, uma antiga tradição afirma que o sobrenome teria surgido por um fidalgo da família ter saltado a cavalo um grande rego d’água, imitando o rei dom Afonso Henriques (1111-85). Desse feito, tomou a alcunha – outro cavaleiro real teria caído na água na mesma ocasião, o que ressaltou a proeza do anterior.

De toda forma, estes Rego não se estabeleceram por muito tempo em Rego, construindo um solar na quinta de Mercedes, freguesia de Calvelo, concelho de Penela. O primeiro a usar o sobrenome foi Lourenço do Rego, descendente do dom Mem de Gundar, fidalgo das Astúrias que chegou em Portugal com o conde dom Henrique de Borgonha (1066-1112). Senhor da quinta de Rosas, Lourenço foi contemporâneo de dom Sancho II (1209-48) e dom Afonso III (1210-79). 

O sobrenome chegou ao Brasil logo no primeiro século de povoamento, quando Luiz do Rêgo Barreto se estabeleceu em Pernambuco por volta de 1580. Ali, nasceu no século 17 João do Rego Barros, governador da capitania da Paraíba entre 1663-7. Dos Açores também chegaram ao Brasil muitos imigrantes Rego.

Rego/Rêgo também consta como sobrenome usado por famílias de cristãos-novos, ou seja, judeus convertidos forçosamente ao cristianismo, entre os quais mencionamos Joana do Rego, moradora da Paraíba em 1729. 

Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o escritor José Lins do Rego (1901-57), o jogador de vôlei de praia Emanuel Fernando Scheffer Rego e a atriz e modelo Suzy Rêgo.