Sobrenome toponímico ibérico, com origem na torre de Vasconcelos, na freguesia de Ferreiros, distrito de Braga, no norte de Portugal. A origem do vocábulo está no povo basco (vasco ou vascones, em espanhol), sendo “Basconcillos” e “Vasconcellos” formas diminutivas do vocábulo gentílico. Vasconcellos, inclusive, é a forma espanhola para o sobrenome.
O primeiro a usar o sobrenome foi dom João Peres, “o Tenreiro” (ca. 1200-60), filho de dom Pedro Martins da Torre e dona Teresa Soares da Silva, senhor da torre de Vasconcelos. Segundo a tradição, dom João Peres descende das linhagens mais ilustres de Portugal, com origem em dom Fruela (874-925), rei de Leão e das Astúrias.
Dom João Peres viveu nos reinados dos reis portugueses dom Sancho II (1209-48) e dom Afonso III (1210-79), sendo um dos maiores fidalgos de seu tempo, estando com dom Fernando III (1201-52), rei de Leão e Castela, na conquista de Sevilha, em 1248. Casou com dona Maria Soares e teve os filhos Pedro e Rodrigo Anes de Vasconcelos, que deram seguimento ao nome da família.
De Portugal o sobrenome passou aos Açores, à ilha da Madeira e ao Brasil. Entre os nomes mais importantes nos primeiros séculos de colonização está o de Simão de Vasconcelos (1597-1671), jesuíta, historiador e biografo, autor de livros com relatos sobre a América Portuguesa. Outro nome ligado a colonização é o de Pedro Miguel de Portugal e Vasconcelos (1688-1756), governador de São Paulo e de Minas (1717-21).
No Brasil
Da ilha da Madeira emigrou para o Brasil na década de 1740 Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos (1691-1771), primeiro proprietário da sesmaria onde seria construída Porto Alegre (RS).
O sobrenome também foi adotado por escravizados africanos e famílias de cristãos-novos, judeus convertidos à força ao cristianismo.
Entre algumas personalidades com este sobrenome destacamos o instrumentista Juvenal de Holanda Vasconcelos, o Naná Vasconcelos (1944-2016), e o escritor José Mauro de Vasconcelos (1920-1984), autor de Meu Pé de Laranja Lima, um dos clássicos da literatura brasileira.
Por Rodrigo Trespach.
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